Ele acordou dentro do ataúde fechado. Acendeu o
isqueiro e viu que relógio havia parado. Droga de relógio falsificado! Ninguém
mandou fazer economia, ralhou consigo mesmo. Que horas serão? Dia ou noite?
Apanhou uma bala de hortelã para dar um lustro no bafo que estava horrível.
Bateu o pó do smoking, fechou os botões e foi abrindo a tampa do caixão bem
devagar. Percebeu que era noite e respirou aliviado. Foi à geladeira para tomar
seu copo de sangue diário. Porra! Sangue azedo! Faltara energia, a geladeira
estava descongelada. Cuspiu diversas vezes querendo tirar o gosto, mas por azar
cuspiu em cima do sapato novo. Irado, transformou-se em morcego e foi batendo
asas rumo ao Banco de Sangue em busca do desjejum. Saiu esbravejando:
- É uma merda ser vampiro!
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