Gente brava? Conta Seu Onofre, gaúcho velho passado dos noventa, já rengo pelo andar dos anos, que gente brava tinha lá Barra da Foice na década de 1940. Não era lugar para frouxo. Em velório era proibido choro; toda mulher carregava e manuseava navalha sem problema; o padre Antônio quando aparecia rezava missa de revólver debaixo da batina e até o professou Anacleto que dava aula até a quarta série não tirava o facão da cinta. Até hoje não se sabe se a turma era comportada por respeito ao professor Anacleto ou por respeito ao facão. Diz ele que acabaram com a mata em volta do lugar só fazendo caixão de defunto. Acha mesmo que com tanto resíduo de gente enterrada que no o subsolo da Barra deve ter petróleo.
quinta-feira, 4 de janeiro de 2018
SEU ONOFRE
Gente brava? Conta Seu Onofre, gaúcho velho passado dos noventa, já rengo pelo andar dos anos, que gente brava tinha lá Barra da Foice na década de 1940. Não era lugar para frouxo. Em velório era proibido choro; toda mulher carregava e manuseava navalha sem problema; o padre Antônio quando aparecia rezava missa de revólver debaixo da batina e até o professou Anacleto que dava aula até a quarta série não tirava o facão da cinta. Até hoje não se sabe se a turma era comportada por respeito ao professor Anacleto ou por respeito ao facão. Diz ele que acabaram com a mata em volta do lugar só fazendo caixão de defunto. Acha mesmo que com tanto resíduo de gente enterrada que no o subsolo da Barra deve ter petróleo.
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