Insônia.
Passava da meia-noite quando Antenor foi à sacada do seu apartamento que ficava
no oitavo andar para fumar. A esposa dormia. Sentou-se, acendeu um cigarro e
ficou ouvindo o murmúrio noturno da cidade. Algumas frenagens, buzinas e
sirenes, sons da madrugada na cidade grande. Enquanto observava a fumaça se
dissipando no ar pensava na vida. Já completara 53 anos em boa forma; a vida
familiar era harmoniosa, a loja de peças permitia uma vida digna, o filho
Rafael de 15 anos tinha boa saúde, bom aluno e não incomodava os pais. O que
estaria faltando? O que lhe tirava o sono? Dívidas e inimigos sérios não faziam
parte do seu mundo. Ficou remoendo dentro do cérebro perguntas e mais perguntas
tentando obter respostas. Fumou mais um cigarro, voltou para seu quarto,
acordou a mulher que bem dormia e perguntou: “Amor, você também tem medo da
velhice?”
domingo, 26 de março de 2017
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