Mesa de bar. A fumaça dos cigarros
deixa o ambiente sombrio. Baralho, tagarelas em ação, a língua se solta. Envolvido
pela embriaguez o verme abre sua caixa de segredos para companheiros de
aguardente. Conta à história da esposa Matilde que há anos foi embora, mas que
na verdade não foi, tranco na cabeça, jaz enterrada num lugar ermo. Todos
riem, acham brincadeira, mas um deles leva a sério. No dia seguinte ele conta o
segredo para um amigo, que também tem um amigo policial e antes da seis da
tarde o crápula já estava encarcerado contando tudo. Oito anos se passaram do
fato, os timbós verdejantes balançam ao vento, máquinas em ação, cavouca aqui e
ali, então quase desaparece o timbozal, tantos buracos na paisagem. Uma
multidão acompanha e aguarda. No segundo dia surgem ossos, um vestido vermelho
e uma sandália de couro cru. Matilde ali posta, Matilde morta, Matilde agora
ossos e pó finalmente terá sua justiça.
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
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“Quando a fome é grande não tem jeito, precisamos apelar. Ontem peleei com um hipopótamo. Quase perdi o pelo.” (Leão Bob)
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