Maria não
queria João, queria Paulo. O pai de Maria não queria Paulo, queria João. Maria mulher objeto desejava ter amor, voz, vida, luz, liberdade. A mão pesada
dos costumes desceu sobre Maria que soluçava pelas noites geladas na solidão da
cama, desenhando no chão de areia pássaros livres, tentando resignar-se com seu
destino e aceitar o determinado pelo pai. Porém algo dentro dela era mais forte, pois corria por suas veias o
sangue da insubmissão e do desejo de todos os mortais de ser feliz. Os dias de
Maria eram de tristeza, sabendo que o futuro lhe reservava a mesma vida
inglória de diversas outras Marias de sua aldeia. Então quando teve certeza que
nada mudaria o contrato acertado da troca de uma mulher por cabras e algum
dinheiro, foi ao rio. Lá calmamente se deixou levar pelas águas, entrando num
transe de paz, conquistando a liberdade
tão almejada.
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