Lá nos
cafundós do Mato Grosso, perto de onde o diabo perdeu suas cuecas, no final de
uma estrada poeirenta e quase sempre vazia, moravam os irmãos Morais; Pedro 38,
Paulo 35 e Batista 30. Eram solteiros e quando precisavam se aliviar visitavam
o bordel da Zefa em Feliz Natal. Os irmãos Moraes criavam porcos e matavam
gente. Mais matavam gente que criavam porcos. Matavam gente perto, matavam
gente longe. O importante era a paga. Quem morria só interessava pelo preço.
Faziam tudo bem feito; a justiça nunca triscou neles. Mais de trinta estavam na
conta, bons lucros às funerárias. Não tinham sentimentos, pouco se importavam
em deixar filhos sem pai. Eram pessoas rudes e sem bons sentimentos. A vida era
assim; um serviço e depois meses de armas guardadas. O tempo corre... Certo dia
chegou naqueles confins uma bela moça morena. Tinha brilho, belo sorriso e
pernas roliças. Era quase noite e pediu um lugar para ficar. Com boas intenções
eles acolheram a mocinha, acredite quem quiser. Foi uma noite e tanto. Rolou
muito sexo e cachaça entre o quarteto. Todos dormiram embriagados e exaustos.
Quando clareou o dia ela foi embora antes mesmo dos irmãos acordarem. Dela não mais se soube. Os irmãos? Só se
soube que após alguns meses morreram os três da tal doença do pinto podre.
quinta-feira, 15 de junho de 2017
Assinar:
Postar comentários (Atom)
-
Dois mendigos embriagados aconchegados num beco, um deles rabiscando num velho caderno emporcalhado. -Está escrevendo o que aí? -...
-
“Rotineiramente vemos o tonto elegendo o próprio carrasco. Primeiramente entra no conto do vigário, ansioso por sombra, água fresca e dinh...
-
“Quando a fome é grande não tem jeito, precisamos apelar. Ontem peleei com um hipopótamo. Quase perdi o pelo.” (Leão Bob)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.