Nenhum homem acredita piamente em nenhum outro homem. Pode-se
acreditar piamente numa idéia, mas não em um homem. No mais alto grau de
confiança que ele pode despertar, haverá sempre o aroma da dúvida – uma
sensação meio instintiva e meio lógica de que, no fim das contas, o vigarista deve
ter um ás escondido na manga. Esta dúvida, como parece óbvio, é sempre mais do
que justificada, porque ainda não nasceu o homem merecedor de confiança
ilimitada – sua traição, no máximo, espera apenas por uma tentação suficiente. O
problema do mundo não é o de que os homens sejam muito suspeitos neste sentido,
mas o de que tendem a ser confiantes demais – e de que ainda confiam demais em
outros homens, mesmo depois de amargas experiências. Acredito que as mulheres
sejam sabiamente menos sentimentais, tanto nisto como em outras coisas.
Nenhuma mulher casada põe a mão no fogo por seu marido, nem age com se
confiasse nele. Sua principal certeza assemelha-se à de um batedor de carteiras: a
de que o guarda que o flagrou poderá ser subornado
1919
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