sexta-feira, novembro 30, 2007
Na Folha de São Paulo de hoje, escrevem os médicos Vicente Amato Neto e Jacyr Pasternak:
No Brasil, nos entusiasma o fato de que nosso programa de assistência aos pacientes com HIV/Aids continue funcionando tão bem; é quase inédito, neste país, que um plano de longo prazo, tocado por governos politicamente divergentes, tenha se mantido e expandido de maneira adequada com a cobertura que alcançou.
Isso nos faz perguntar por que em outras situações clínicas mais comuns não há iniciativas tão bem organizadas e articuladas. Mas é aquela história, se todos os componentes da área da saúde imitassem o nosso sistema de atenção aos acometidos de HIV/Aids, o Brasil seria a Suécia.
No Uol Online, declara o virologista Robert Gallo, 69, co-descobridor da doença:
Folha Online - O programa brasileiro de combate à Aids é visto como um modelo nessa área...
Robert Gallo - Não fique tão orgulhoso. Vocês não são um modelo.
Folha Online - Por quê?
Gallo - O que vocês estão liderando, que caminho estão apontando? O Brasil trata seu povo, assim como os Estados Unidos. Qual é o modelo? Modelo para quem? Eu não entendo...
Folha Online - Talvez porque o tratamento é gratuito e atinge um grande número de pessoas, além de a epidemia estar razoavelmente controlada aqui.
Gallo - Todos são tratados na Suíça, na Alemanha, na Itália, na Inglaterra, no Canadá. Por que vocês seriam um modelo?
Folha Online - Então o senhor não concorda com isso?
Gallo - A realidade é o seguinte: quando você diz que é um modelo, está implícito que todo mundo deve seguir você. Mas a maioria dos países já faz isso [tratar gratuitamente os pacientes com Aids]. Apenas países que são muito, muito pobres não fazem isso. Vocês são modelos para quem? Se você quer saber se o Brasil está fazendo um bom trabalho com respeito ao tratamento contra a Aids, eu digo que sim. E isso é ótimo, maravilhoso. Mas se você diz que o Brasil é um modelo, isso significa que vocês são uma lição para mim. Por que vocês seriam uma referência para mim? Talvez sejam um modelo para a África do Sul, para alguns países, mas não para o mundo inteiro, já que a maioria dos países realmente trata seus pacientes com Aids.
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