quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017
OS PISTOLEIROS E A MORENA
Lá nos cafundós do Mato Grosso, perto de onde o diabo perdeu suas cuecas, no final de uma estrada poeirenta e quase sempre vazia, moravam os irmãos Morais; Pedro 38, Paulo 35 e Batista 30. Eram solteiros e quando precisavam se aliviar visitavam o bordel da Zefa em Feliz Natal. Os irmãos Moraes criavam porcos e matavam gente. Mais matavam gente que criavam porcos. Matavam gente perto, matavam gente longe. O importante era a paga. Quem morria só interessava pelo preço. Faziam tudo bem feito; a justiça nunca triscou neles. Mais de trinta estavam na conta, bons lucros às funerárias. Não tinham sentimentos, pouco se importavam em deixar filhos sem pai. Eram pessoas rudes e sem bons sentimentos. A vida era assim; um serviço e depois meses de armas guardadas. O tempo corre... Certo dia chegou naqueles confins uma bela moça morena. Tinha brilho, belo sorriso e pernas roliças. Era quase noite e pediu um lugar para ficar. Com boas intenções eles acolheram a mocinha, acredite quem quiser. Foi uma noite e tanto. Rolou muito sexo e cachaça entre o quarteto. Todos dormiram embriagados e exaustos. Quando clareou o dia ela foi embora antes mesmo dos irmãos acordarem. Dela não mais se soube. Os irmãos? Só se soube que após alguns meses morreram os três da tal doença do pinto podre.
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