quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

SOU DAQUELE TEMPO

Sou do tempo das galochas
Das calças de brim Coringa
Também de veludo e cotelê
Da Conga azul com bico de borracha
Das camisas de Volta ao Mundo
Sou do tempo que chamávamos meias de carpim
Dos campinhos de terra
Da bola de borracha
Do chiclete ping-pong
Dos padres de batina
Sou do tempo se chamava motorista de chofer
Em que os rapazes tinham vergonha de pedir preservativo na farmácia
E de quem engravidava moça de família se casava por livre obrigação
Fui menino na época da novela Antônio Maria
Do avião turboélice da Sadia
Da avenida Getúlio coberta de macadame
Sou sim daquele tempo
E confesso que fui um dos muitos meninos
Que tinha medo de tomar vacina de pistola
E que por muito pouco não fugia da escola no dia de vacinação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.