segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
RENOVAÇÃO
Manuel, setenta e cinco anos. Morava ele numa chácara em lugar ermo. Viúvo e com um filho só e morando no estrangeiro, não tinha telefone, TV e nem vizinhos. Gostava de viver assim, amigo da solidão. Nunca ficou doente, não ia ao médico. Naquela noite repousava ao entardecer na cama quente. Fora das cobertas o frio era intenso. Na madrugada o corpo quente foi ficando frio e finalmente gelou. O defunto ficou abandonado na cama por alguns dias, ninguém sentiu sua falta. Ou melhor, o gato Bidu sentiu, mas também morreu logo, não de frio, mas de fome. Sem visitas, quem achou o cadáver do velho e levou um grande susto foi o funcionário do banco que lá foi, triste ironia, para renovar seu seguro de vida.
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“Eu também só uso os famosos produtos de beleza da Helena Frankenstein. ” (Assombração)
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Dois mendigos embriagados aconchegados num beco, um deles rabiscando num velho caderno emporcalhado. -Está escrevendo o que aí? -...
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HAIKAI Quando criança eu era feio Mas o tempo pode mudar tudo Hoje eu sou horrível.
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