quarta-feira, 16 de novembro de 2016
O HOMEM QUE CALCULAVA
Borol. Naquele lugar ermo e destituído de saber, apenas Sebastião Andrade sabia fazer cálculos. Calculava para todos; somava, subtraía, dividia. Cálculos pequenos, cálculos grandes. Do pedreiro ao farmacêutico todos usavam seus serviços. E disso ele vivia. Eu disse vivia, pois tudo para ele mudou quando apareceu por lá um mascate vendendo pequenas calculadoras chinesas. Uma bagatela, ninguém ficou sem, e o matemático se lascou. Sebastião até tentou comprar todas e mandar o mascate embora, mas não houve jeito: perdeu o emprego de fazer cálculos. Porém Sebastião não ficou lamentando a sorte perdida e logo aprendeu outro ofício: agora conserta calculadoras chinesas.
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