Fui a Cuba pela primeira vez em 1963, dois anos depois da revolução conduzida por Fidel Castro e Che Guevara. Eu tinha 22 anos. No governo brasileiro, o presidente João Goulart mal conseguia manter-se no poder e era considerado aliado dos Castro. Eu era aliado de Fidel e de Goulart, porque presidia uma entidade estudantil que até hoje é dominada pelos comunistas, a Ubes. Viajei num velho Ilyushin, hospedei-me num hotel de luxo deixado dois anos antes pelos americanos, subi Sierra Maestra e conheci toda a ilha ao longo de 30 dias, vendo e ouvindo Fidel Castro na Praça da Revolução, já naquela época falando sem parar durante quase cinco horas. Cuba surgiu diante dos meus olhos como uma sociedade completamente incendiada por sentimentos revolucionários internacionalistas - um farol para mudanças incríveis que sugeria para toda a América Latina. Os cubanos tinham acabado de derrotar tropas enviadas por Kennedy para a Baía dos Porcos. Embrigado pelo que prometia a revolução, a única crítica que permaneceu na minha cabeça foi a de que um exagerado culto da personalidade pairava de modo permanente sobre tudo e sobre todos. Só voltei a Cuba em 1996, 33 anos depois, quando meu fervor religioso pela revolução e pelos castristas já era coisa do passado, sepultado pela razão do tempo, dos estudos e pela frustração que me causaram os fracassos locais dos ideais das liberdades políticas, sociais, culturais e econômicas, já que a ditadura dinástica comunista castrista tinha submetido seu povo à condição humilhante de cidadãos de terceira classe - pobres e submissos de modo permanente, já lá se vão cinco décadas.
É possível que a ditadura dinástica comunista castrista não acabe com a morte de Fidel ou com a próxima morte do seu irmão, Raul, mas virá inexoravelmente, como aconteceu na URSS e em todo o Leste da Europa, ou seja, cairá de podre, sem um só tapa, porque este tipo de regime trabalha decididamente contra o gênero humano.
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