quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Nós já vimos este filme em 2014 – e não tem graça alguma! Por Instituto Liberal

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No dia vinte e seis de outubro de 2014, às vinte horas; um país inteiro parado aguardava o resultado da eleição presidencial, a mais disputada da democracia brasileira até então; informações vazadas do TSE davam conta de que Aécio Neves havia disparado na frente da contagem e, em seguida, tão logo se encerrara a apuração do Sul e do Sudeste, Dilma teria saltado em seu encalço; e dito e feito: tenho gravado na retina até hoje a reação da jornalista da Globonews diante dos primeiros números, um misto de alegria e alívio evidente e indisfarçável.  
O PT, por muito pouco, havia garantido sua manutenção no cargo máximo da República por dezesseis anos consecutivos (no mínimo), e a perspectiva de que Lula voltaria em 2018 para mais dois mandatos era aterrorizadora e irremediável. Nesse meio tempo, seríamos reduzidos a uma Venezuela sem Miss Universo – já estava sendo preparado o terreno para a “regulação da mídia” e para a implantação dos “conselhos populares” em órgãos da administração pública, e tudo levava a crer que mais três ministros do STF seriam nomeados por Dilma (antes da aprovação da PEC da bengala).
Tudo isso correu pelas sinapses dos brasileiros lúcidos em uma fração de segundos. Só um milagre nos salvaria dali para frente – e ele veio, sob a alcunha de Lava-jato. Sim, esta operação não apenas inaugurou uma nova era de combate à impunidade, como contribuiu decisivamente, junto com a chegada do bust da economia (após alguns anos do boom de juro farto e barato iludindo a massa), para criar o ambiente propício para o Impeachment. Pois não é que, pouco mais de dois anos após este episódio lúgubre da política nacional, cujos desdobramentos se arrastam até hoje, é possível que os americanos vivenciem acontecimentos muito semelhantes nas eleições deste oito de novembro? Quem viver verá. Se a América (como a conhecemos) logrará sobreviver a esses eventos, aí são outros quinhentos (dólares).
(Possível) vitória apertada de uma mulher de esquerda inspirada em revolucionários: a dona Wanda, em sua juventude, lutava pela implantação de uma ditadura do proletariado no Brasil, influenciada pelo incendiário livro “A Revolução da Revolução”, do marxista francês Régis Debray, que difundia o “foquismo” – a teoria da guerrilha de pequenos grupos, os focos, para expropriar e violentar a burguesia. Participou, dentre outras peripécias, de três assaltos a bancos. Hillary Clinton, a seu turno, teve como guru ideológico o satanista Saul Alinsky, de cujo entendimento destoava apenas por acreditar que poderia mudar o sistema por dentro (quase como uma discussão entre Bolcheviques e Mencheviques). Ambas, em sua campanhas eleitorais, rejeitaram seu passado subversivo, preferindo posar de paladinas da democracia. No caso Brazuca, a realidade se impôs, eventualmente, sobre Dilma, mas sua companheira “estadunidense” ainda conta com a distorção dos fatos em seu favor, e faz uso da cartada sexista sem nenhuma reserva. “Está na hora de uma mulher governar este país”, diziam por aqui; e agora repetem por lá.
A capa da Veja versus a “surpresa de outubro”: A dois dias da eleição presidencial de 2014, esgotava-se rapidamente nas bancas a revista que ostentava na capa uma novidade nem tão surpreendente, e que viria a ser confirmada a posteriori: Lula e Dilma “sabiam de tudo” (do esquema do Petrolão). O impacto só não foi maior porque o prazo era exíguo até o compromisso com as urnas, e os rostos estampados na histórica edição acabaram se dando bem. Já a corrida pela Casa Branca foi apimentada, nas últimas semanas, pela chamada “october surprise”, quando o FBI resolveu reabrir a investigação contra Clinton pelo episódio dos e-mails trocados (e deletados) quando ela era Secretária de Estado. Tal fator, somado à avalanche de revelações do Wikileaks, deu sobrevida a Donald Trump, e alavancou seu desempenho nas pesquisas, gerando uma incrível reviravolta – que está deixando irrequietos muitos Democratas, a tal ponto que a segurança do empresário foi reforçada pelo serviço secreto. Se esta alteração de cenário será suficiente para que ele seja anunciado pela Foxnews como novo presidente, em breve saberemos.

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