domingo, 16 de outubro de 2016
PÓ
Noite. Uma rua solitária na periferia. Um gato malhado salta entre os telhados enquanto cães ladram ao vento. O excesso de lixo saltou para fora das latas e escorreu pelo chão de terra. Baratas passeiam fugindo dos pés dos meninos que brincam de bola na via. Mães e irmãs mais velhas chamam para dentro os garotos de pés encardidos. É hora do banho e do jantar. Crianças recolhidas, já é tarde, agora chegam automóveis com ocupantes que procuram nas esquinas pelos empresários do pó. A lua e as estrelas observam o movimento. Dinheiro para cá, pó para lá. Negócio feito lá e vão os loucos em busca de alucinações, enquanto os empresários da farinha perigosa contam as notas. O inferno para ambos os lados é logo ali.
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