quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Inundados por moeda fraca



Por Rodolfo Amstalden


Reunidos com Temer, empresários lembraram de US$ 15 trilhões ancorados em juros negativos no mundo.


A confiança restaurada no governo brasileiro seria a “moeda mais barata” para atrair essa tonelada de dólares.


De fato, 40% dos títulos soberanos de países desenvolvidos negociam hoje com rentabilidade negativa.


Enquanto isso, os títulos serviçais do Brasil pagam juros positivos de 13% ao ano.


Sim, temos uma enorme oportunidade em vista.


Ao mesmo tempo, pego-me assombrado pelo contexto atual.


Na briga covarde entre -1% lá fora e +13% aqui dentro, como é que ainda não fomos inundados por moeda forte?


Três fatores explicam tamanha latência:


1 – A espera pelo impeachment definitivo (99,9% de chance não é o mesmo que 100% de chance);


2 – A probabilidade residual de Lula ser candidato em 2018 (já imaginou o que seria um 2º turno com Lula e Marina?);


3 – Risco de Temer refugar no ajuste fiscal (a rigor, teto de gastos e reforma previdenciária).


Eu – particularmente, é claro – não me preocupo com o primeiro e segundo fatores.


Favas contadas: Dilma está fora, Lula estará preso.


Não posso dizer o mesmo a respeito do terceiro fator.


O risco sempre existiu, e aumentou nas últimas semanas.


Ok, Temer pode ter feito concessões com moeda fraca pelo objetivo forte logo à frente.


Traumatizado, porém, com a experiência dilmesca, o mercado prefere comprar o que se faz, não o que se promete.


Qual é o teto de gastos de Temer?


Quando ele vai se aposentar?


Há US$ 15 trilhões curiosos para saber a resposta.

O Antagonista

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