segunda-feira, 22 de agosto de 2016

INSTITUTO MISES BRASIL- Há exatos 25 anos presenciei o fim do regime soviético por Richard Ebeling, segunda-feira, 22 de agosto de 2016

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Vinte e cinco anos atrás, no dia 22 de agosto de 1991, eu estava no meio de uma eufórica multidão de dezenas de milhares de pessoas aglomeradas em frente ao parlamento russo em Moscou, a capital da União Soviética.

Elas celebravam o fracasso de uma tentativa de golpe de estado político e militar perpetrada por líderes soviéticos pertencentes à linha dura do Partido, os quais ainda queriam manter a ditadura comunista na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Quando os tanques foram enviados para capturar Boris Yeltsin, eles foram persuadidos pelo povo a apontar suas armas para o outro lado e a defender Yeltsin e o Parlamento russo.

O regime soviético havia governado a Rússia e as outras 14 repúblicas da URSS por quase 75 anos, desde a Revolução Bolchevique em novembro de 1917 liderada por Vladimir Lênin e por seu grupo comunista de seguidores marxistas. Durante esses quase três quartos de século, primeiro sob Lênin e especialmente sob Josef Stalin e seus sucessores, historiadores estimam que mais de 64 milhões de pessoas — inocentes, homens desarmados, mulheres e crianças — morreram nas mãos do regime soviético, e tudo em nome da construção de um "belo e brilhante futuro" para o socialismo.

Milhões de mortos

Calcula-se que apenas a coletivização forçada da terra implantada por Stalin, no início dos anos 1930, tenha custado as vidas de algo entre 9 e 12 milhões de camponeses russos e ucranianos, os quais morreram ou quanto tentavam resistir ao confisco de suas propriedades agrícolas ou após terem sido enviados (com suas mulheres e filhos) a fazendas coletivas estatais para fazer trabalhos forçados [veja um relato, forte, do que foi feito com os ucranianos aqui].

Alguns foram simplesmente assassinados a tiros; outros foram torturados até a morte; já o restante foi enviado para campos de concentração e de trabalho forçado na Sibéria ou na Ásia central Soviética, os quais eramchamados de GULAG. Milhões foram lentamente esfaimados até a morte por causa de uma inanição criada pelo governo com o intuito de forçar as pessoas a se submeterem às ordens expedidas pelo comitê de planejamento central de Stalin e seus partidários.

Outros milhões foram capturados, arrebanhados e enviados para campos de trabalho forçado nas localidades mais isoladas da União Soviética como parte do plano central de tentar desenvolver à força os setores industrial e mineral dessas localidades.

Nas décadas de 1930 e 1940, o plano central de Stalin incluía cotas estipulando o número de "inimigos do povo" que deveria ser capturado e executado em cada cidade e vilarejo da União Soviética, para servirem de exemplo e arrefecer eventuais impulsos de resistência. Adicionalmente, havia cotas também estipulando quantos deveriam ser capturados e enviados para os GULAGs como substitutos das pessoas que já haviam morrido de fome e frio enquanto trabalhavam forçadamente nas vastas terras desoladas da Sibéria, do norte da Rússia européia, e da Ásia Central.

Ao longo das décadas de 1960, 70 e 80, o regime soviético foi sendo cada vez mais percebido como notoriamente corrupto, estagnado e, finalmente, decrépito, sob uma sucessão de caquéticos líderes do Partido Comunista que tinham como único propósito manter o poder e seus privilégios especiais.

Em 1986, um homem muito mais jovial, Mikhail Gorbachev, que havia ascendido por conta própria na hierarquia do Partido, foi nomeado ao cargo máximo de Secretário Geral do Partido Comunista da URSS.

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