O VELHO JOSÉ
O velho José já na casa dos setenta ficava em frente da casa
vendo o movimento da rua. Viúvo, sem filhos, ali ficava para passar o tempo. E
os dias foram se passando, os meses, os anos, e o velho José ali olhando o movimento
sentado na sua cadeira de palha. Os vizinhos foram morrendo de velhice, casas
demolidas e o seu José ali, observando o movimento. Com os anos chegaram os
edifícios e novos vizinhos que desconheciam o idoso seu José, coisa de cidade
grande e correria. Talvez por isso foi que demorou alguns anos para descobrirem o esqueleto do seu José
sentado na sua cadeira, cigarro entre os
dentes de sua caveira, ainda contando os automóveis que passavam pela rua.
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