domingo, 15 de maio de 2016

Registro de uma cidadã agradecida. Por Maria Helena RR de Sousa

Artigo publicado originalmente no Blog de Ricardo Noblat, 13 de maio de 2016

São muitas as menções que eu gostaria de fazer a tudo que ouvi, li e assisti desde aquela sessão na Câmara dos Deputados até a sessão no Senado Federal encerrada ontem pela manhã.


Começo com as duas notícias mais fortes: o afastamento de Dilma Rousseff e a posse do presidente em exercício, Michel Temer.


Ela sai inaugurando uma nova fase: a vítima, a 'mater dolorosa' que desperta emoções, enche d’ água os olhos de seus auxiliares. Ao se despir da Dilma zangada, criou um fato novo. Mas é bom nos prepararmos para o Vale de Lágrimas que a presidente afastada pretende usar de hoje em diante para tentar escapar do afastamento definitivo. Pelo menos foi o que se pressentiu em seu pronunciamento de despedida.


Já o presidente Michel Temer tira o Brasil do marasmo e dá o primeiro passo sob o lema de nossa bandeira, Ordem e Progresso. E sob a proteção do ‘livrinho’ que, no caso dele, não é um presente que se deva oferecer-lhe: nosso novo presidente é um constitucionalista de peso. Duas coisas importantes chamaram minha atenção tal qual dois imensos holofotes: o português escorreito e a ausência, espero que para sempre, do ‘nós e eles’.


Mas quero deixar aqui um registro da minha gratidão. Começo pelos três senadores pelos quais nunca nutri grande simpatia, mas que ontem, verdade acima de tudo, fizeram aquilo que tinha de ser feito.


São eles: Renan Calheiros, que presidiu aquela longa sessão com muita competência, considerando os colegas e exigindo que o Senado Federal fosse respeitado. Ele não é perfeito, já cometeu erros que fazem uma feia sombra em sua vida, mas, ontem, foi exemplar.


José Serra, que usou o grande Dante Alighieri para lembrar a todos que os neutros em tempos de crise ocuparão os lugares mais quentes no Inferno. Ele não se omitiu e mostrou que Michel Temer acertou ao colocá-lo no Ministério das Relações Exteriores: o mundo precisa saber que um novo caminho será trilhado pelo Brasil, um caminho que levará à credibilidade e à confiança que perdemos ao longo desses treze últimos anos.


E, por último, mas em primeiro lugar em minha admiração, o senador Cristóvam Buarque que pronunciou as mais belas palavras da sessão. Seu voto representaria três votos: o técnico, o moral e o jurídico. Como parecia indeciso, o senador pernambucano surpreendeu com o pronunciamento mais seguro e valoroso de todos, afirmando que não foi ele quem mudou, foi a esquerda que envelheceu!


A votação, 55x22, deu ensejo a uma comemoração alegre, mas sem exageros, posto que nós, brasileiros, já estamos tal qual gato escaldado com medo de água fria... E, francamente, enquanto o desemprego não baixar, qualquer comemoração com foguetes é um acinte!


Mas é à nossa Imprensa, escrita e falada, e à Lava Jato, que quero enviar meus melhores agradecimentos.


À Lava Jato devemos a limpeza do terreno para que o novo governo possa plantar um jardim onde cresçam belas árvores que crescerão e darão frutos que permitirão aos brasileiros viver mais felizes, com trabalho e segurança para todos.


Sou grata aos jornalistas pois sem eles estaríamos ainda tateando às cegas num país desordenado, confuso, cheio de obstáculos, de pedras soltas, de sarjetas imundas. Como trabalharam nesses últimos tempos! Meus dias foram curtos para ler tudo que escreveram e tudo que transmitiram nos jornais televisivos.


O novo governo faz renascer a esperança, oxigena a Nação.



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