quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
Quem vai apagar a luz ?
DA FOLHA
Por MARILIZ PEREIRA JORGE
Não sei você, mas eu estou aplaudindo em pé a debandada dos patrocinadores da CBF. Dessa vez foi a Michelin quem resolveu, sabiamente, romper com a entidade. Mesmo para uma fabricante de pneu ter seu nome vinculado à lama em que a entidade afunda deve ser escorregadio.
A CBF trata tudo como se fossem decisões comerciais rotineiras. “A Michelin focou e manterá sua linha de comunicação em torno de temas-chave como mobilidade, segurança no trânsito, inovação, serviço ao cliente e sustentabilidade”.
Mentira. Ou meia verdade.
E uma debandada a passos de tartaruga, mas uma debandada. Em exatos dois meses é a quarta empresa que pega a sua bola, um naco volumoso de dinheiro e acaba com a brincadeira. Primeiro foi a Gillette, depois a Unimed Seguros. Na semana passada foi a vez da Sadia.
Sinto uma simpatia enorme por todas essas marcas que mandam uma mensagem clara aos figurões do futebol: não vamos compactuar com sem-vergonhice.
No começo de outubro e novamente em dezembro, essa coluna questionou a omissão das empresas que apoiam a CBF. Outros jornalistas fizeram o mesmo. A sociedade está cobrando.
Parece que as cabeças pensantes por trás dessas marcas finalmente entenderam que a parceria, nesse momento, não é uma boa ideia. O que estão esperando os outros? Mais escândalos, mais cartolas presos –porque eles hão de ser– e menos clientes?
Meu celular é Vivo, minha conta bancária é Itaú, tenho produtos Nike, bebo cervejas produzidas pela AmBev. Não deveríamos, todos nós, boicotar essas empresas para que elas entendam, pelo bolso, que têm muito a perder ao se associar a uma entidade bandida?
Posso apostar que no rastro de Gillette, Unimed, Sadia e Michelin vêm outras, mas qual delas vai se prestar a apagar a luz desse período negro da história do futebol brasileiro?
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