sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Invejosos do Mundo: Uni-vos! Por João Luiz Mauad


Qualquer pessoa que já tenha entrado numa academia de ginástica, certamente já reparou na enorme desigualdade física dos indivíduos que frequentam o lugar. Há mulheres com bumbuns lindos e pernas perfeitas, enquanto outras desfilam verdadeiras tábuas de passar roupa no lugar do bumbum e caniços no lugar das pernas. Há homens com bíceps, tríceps e abdomens avantajados e bem definidos, enquanto outros, como eu, insistem em desfilar suas barrigas enormes e musculatura atrofiada.
Apesar dessa imensa desigualdade – e da inveja que isso certamente causa em muitas pessoas -, nunca vi ninguém clamando por redistribuição de músculos, ou idealizando revoluções igualitárias a fim de tornar os corpos de todos parecidos. O motivo disso é simples: não há como tirar músculos dos fortões e transferir para os fraquinhos. O máximo que alguém conseguiria, para satisfazer os invejosos, é proibir os marombeiros de frequentar academias.
Um corpo mais ou menos musculoso, mais ou menos bonito depende de muitas coisas: a genética conta muito. Homens de ascendência africana têm mais chance de obter músculos grandes do que os de ascendência europeia. O mesmo vale para os bumbuns e coxas femininos. Além disso, conta muito também o volume de exercício de cada um, a alimentação, bem como a idade de cada praticante. Enfim, por mais que quiséssemos, jamais conseguiríamos estabelecer um igualitarismo físico.
Já quando o assunto é desigualdade de renda e riqueza, a coisa muda de figura. Ao contrário dos músculos, o dinheiro e os bens que alguém possui poderiam, hipoteticamente, até com alguma facilidade, lhe serem retirados à força e redistribuídos a outras pessoas. Embora a obtenção de riqueza, em muitos casos, dependa de fatores semelhantes aos do ganho muscular – herança genética, esforço próprio, determinação, etc. -, os invejosos sabem que sempre será possível tirá-la de uns para dar a outros. É essa possibilidade que torna a redistribuição de renda algo tão popular.
Guilherme Boulos, por exemplo, escreve hoje na Folha de São Paulo, mais um daqueles indefectíveis artigos que têm como pano de fundo os dados da famigerada ONG Oxfan, “demonstrando” que o 1% mais rico da população mundial tem mais do que os 99% restantes.
Depois de desfilar dados e números, Boulos fecha o seu libelo igualitarista da seguinte maneira:

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