segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Portal Libertarianismo- Você vive de “fora para dentro” ou de “dentro para fora”?

george constanzaGeorge Costanza, uma personagem fictícia da série Seinfeld, pode ser a ‘vítima’ mais miserável e queixosa da história da televisão.
George é profissional em se esquivar de responsabilidades, dar desculpas esfarrapadas e culpar os outros por seus problemas. Ele é amador em agregar valor ao ambiente de trabalho.
Já se passaram 25 anos desde a primeira exibição do episódio intitulado “A Vingança” na NBC. George discute ferozmente com seu chefe e deixa seu emprego. Logo depois, sentado no sofá do apartamento de Jerry, ele lamenta suas poucas perspectivas de futuro. Jerry gentilmente sonda George sobre os seus interesses. “Eu gosto de esportes” – George responde – e se imagina como um gerente geral ou um locutor esportivo. Quando Jerry observa que ele não possui nenhuma qualificação para tais empregos, George rebate: “bem, isso não é justo”.
Uma visão distorcida de justiça
Começar no topo de qualquer profissão não é uma opção, mas George não entende isso. Ele planeja como prosperar, porém lhe falta iniciativa para trabalhar de verdade.
Organizações são bem-sucedidas ao fornecer valor aos seus consumidores. Indivíduos prosperam ao fornecer valor às suas organizações, com vistas à satisfação das necessidades de seus gerentes e colegas, assim como consumidores e fornecedores com quem interagem no seu dia a dia.
Sua miséria é consequência de sua opção por viver de fora para dentro. Quando vivemos de fora para dentro, acreditamos que as circunstâncias e as outras pessoas são responsáveis por como nos sentimos, e pelo sucesso que alcançamos. Ao viver dessa forma, nós dedicamos nossa vida a tentar controlar e manipular aquelas circunstâncias e pessoas que acreditamos ser responsáveis pelo nosso bem-estar.
É preciso ter muita energia para viver dessa forma; com frequência, nossos esforços para controlar a vida são inúteis. Nossa energia é esgotada; nada sobre para investir na criação de valor para os outros. Viver dessa forma é insuportável.
Realização por meio da contribuição
O famoso guru da administração, Peter Drucker, aconselha: Você alcançará os maiores resultados nos negócios e na carreira se você eliminar a palavra ‘realização’ do seu vocabulário, substituindo-a por ‘contribuição’”. A Forbes chama essa máxima de Lei de Drucker e uma das ‘dez leis do mundo moderno’.
Lei de Drucker orienta-nos para uma vida de dentro para fora: focar mais no valor de nossa colaboração e menos em nosso senso de direito adquirido ao que pensamos que a vida nos deve. Aqueles que pensam como George violam a Lei de Drucker. Eles interpretam a vida de forma equivocada, pensando unicamente em conseguir o máximo, contribuindo o mínimo para os outros.
A vida demanda de nós “ação certa e conduta correta”, escreve o psiquiatra Viktor Frankl. Em um dos livros mais profundos do século 20, Em Busca de Sentido, Frankl reflete sobre suas experiências como prisioneiro em Auschwitz e outros campos de concentração para revelar:
O que realmente importa não é o que esperamos da vida, mas antes o que ela espera de nós. Nós precisamos parar de perguntar sobre o sentido da vida, e ao invés de pensar em nós mesmos como aqueles que questionam sobre a vida – horária e diariamente. Nossa resposta deve consistir, não em monólogos e meditação, mas na ação certa e na conduta correta. A vida ultimamente significa tomar responsabilidade de encontrar a resposta certa para seus problemas e cumprir as tarefas que ela constantemente delega para cada indivíduo.
O que alcançamos não é questão; a questão central é o valor que criamos para os outros.
Em seu livro, Something For Nothing, o profissional de coaching pessoal e profissional Brian Tracy poderia estar descrevendo a mentalidade de George Costanza: “a explicação mais simples, que requer o menor número de passos para explicar qualquer comportamento humano, é o desejo de as pessoas obterem o que querem com o menor esforço possível e, se possível, sem nenhum esforço”.
O que é realmente injusto?
A nossa realidade está cada dia mais parecida com a série Seinfeld? Considere: no vasto e prestigioso sistema da Universidade da Califórnia, acreditar que “a pessoa mais qualificada deveria conseguir o emprego” é considerado uma microagressão, um comentário derrogatório.
Os estudantes podem se manifestar contra a injustiça e pedir o perdão de sua dívida estudantil. É injusto que eles não estejam sendo apoiados da forma que pensam que merecem? É injusto que o mercado não demande mais graduados em estudos cinematográficos, história da arte ou estudos feministas? É dificilmente um sinal de injustiça o fato de estarem desempregados ou subempregados. Ninguém os obrigou a seguir essa carreira, e ninguém controla a demanda por mão de obraEles fizeram suas próprias escolhas.
Olhe ao seu redor: Mais e mais pessoas estão pensando como George? Acreditamos que temos odireito ao sucesso? Estamos convencidos de que o jogo está manipulado contra nós? Estamos demandando que o governo faça algo sobre o que percebemos como uma injustiça inerente à vida? Os políticos estão ansiosos para nos consolar com sua mensagem de que o sistema de mercado fracassou. Eles estão ansiosos para administrar suas soluções para a nossa alardeada miséria.
Com tantas pessoas pensando como George Costanza, Tracy oferece uma solução: “a única forma para criar e manter a paz, harmonia e cooperação é eliminar todos os caminhos para o sucesso, exceto os da cooperação pacífica e da competição saudável, focados em servir ou atender às necessidades de outras pessoas de alguma forma”.
A saúde econômica da nação reviverá e prosperará à medida que mais americanos buscarem realização riqueza ao produzir valor para os outros.
// Tradução de Matheus Pacini. Revisão de Ivanildo Santos III. | Artigo Original

Sobre o autor

Barry Brownstein
É professor emérito de Economia e Liderança na Universidade de Baltimore. Ele é autor do The Inner-Work

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