VLADY OLIVER
Meu filho tem um amigo que foi apelidado de “fulano tempo de bola” pelos colegas. É aquele desentendido que leva bolada na cara por ignorar o tempo de reação necessário para dominar a redonda. Piada tem timing. Quando você perde esse timing, perde a graça, perde tempo e constrange a plateia inutilmente, tentando explicar o que já perdeu o sentido.
Meu filho tem um amigo que foi apelidado de “fulano tempo de bola” pelos colegas. É aquele desentendido que leva bolada na cara por ignorar o tempo de reação necessário para dominar a redonda. Piada tem timing. Quando você perde esse timing, perde a graça, perde tempo e constrange a plateia inutilmente, tentando explicar o que já perdeu o sentido.
O Brasil está assim. Sem sentido. Seus políticos, jornalistas, empresários e administradores simplesmente “perderam o tempo de bola” e vão levando boladas na cara continuamente. Minhas piores suspeitas se confirmaram por pequenas resenhas que leio aqui e ali. Nelas, fica claro que as investigações, que “nunca chegaram tão perto do governo” nunca chegam no governo, propriamente dito.
Juízes são substituídos, operações são fatiadas, CPIs são ajustadas para não investigar nada e a vergonha vai avassalando o ambiente, como aquele mar de dejetos que soterrou um pedaço do Brasil que não via a ameaça em seu entorno. Estamos iguaizinhos. Um projeto bolivariano vagabundo foi “meio executado” por aqui com a cumplicidade de todos os ladrões instalados no Congresso e na coisa pública, indistintamente.
Como tudo que começa e não termina por aqui, acabou superfaturado. Sua verba foi desviada para alimentar os mantenedores da seita, que fizeram simplesmente “o que todo mundo faz por aqui”, para sobreviver olimpicamente no mar de esgoto em que sempre chafurdaram. É claro que o eufemismo com que nossas “oposições” tratam o desmoronamento do país só poderia estar relacionado ao modo como sobrevivem.
Não deve existir um só empresário neste rincão cheio de lama que não tenha sido achacado pelo “sistema” para colaborar com o modus operandi com que a política se desenvolve por aqui. É sintomático que um garoto apareça na revista Time como um dos mais influentes do mundo, sem aparecer no maior conglomerado de comunicação do país.
A tal “barreira de contenção” do oceano de dejetos políticos já começa a mostrar que não vai aguentar a pressão, com a desconfiança que a população já nutre por seus “representantes”. Esses caras só representam a si mesmos. Suas declarações cheias de “verdades absolutas” não passam de relatividades com a vigarice.
A única verdade professada pelo PT é que “eles fazem o que todos fizeram até aqui” para se manter na teta. E as investigações só vão revelar o que já dava para desconfiar. O Brasil não vai acabar quando tirarem o PT do poder. Ele vai acabar quando o PT resolver denunciar seus comparsas, inclusive oposicionistas e especialmente estes.
Aí saberemos que não só empreiteiros deveriam estar mofando na cadeia, mas também donos de grandes empresas que colaboraram ativamente para que o roubo e o compadrio chegassem ao nível indecoroso que hoje se vê. Por isso a coisa não anda. A barragem vai estourar, meus caros. Preparem-se para ver quem é que vai boiar nela.
Essa é a “mensagem” do ministro Teori Zavascki aos seus confidentes. A lama é uma só, imensa e turva. Entendem agora porque não há povo nas ruas? É o tempo de bola, meus caros. A piada da qual ninguém riu. A resposta que ninguém teve até o momento. A constatação de que são TODOS BANDIDOS e só trabalham um para acobertar os desvios do outro.
Já não está claro que é pra isso que trabalham os “nossos podres poderes”? A bola da vez agora é o Goebbels em compota. Vamos ver se ele não mela a cueca e denuncia tudo o que sabe pra torcida. Mais um no banco dos réus e na mira das tornozeleiras eletrônicas. Uma fauna. Até quando?
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