quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Plebiscito D- É realista esperar a renúncia de Dilma? O que devemos fazer

Há muita gente pregando que Dilma renuncie. Essa seria, sem dúvida, a saída mais simples, rápida e pacífica de todas. Teria a vantagem enorme de evitar traumas, confrontos, querelas. Também pacificaria o caminho para o futuro. Não há como não concordar com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que a renúncia seria um ato de grandeza de Dilma. Mas cá para nós: dá para esperar, honesta e realisticamente, haver tal grandeza nessa pessoa?
Gostaria de estar enganado, mas o que vejo é que isso é uma grande quimera. Faz sentido esperar esse desapego, esse amor ao Brasil de quem disse que faria – e fez – “o diabo” para ganhar a reeleição?  Sejamos honestos conosco mesmos: Dilma não vai renunciar (a menos que seja forçada a isso – comento  abaixo). Há muito apego ao cargo e a tudo que ele representa, para ela e para seu partido, para sequer cogitar tal nível de grandeza. Esperar sua renúncia “por grandeza” é uma quimera, uma tola ilusão. Não se pode esperar decisão tão sábia e magnânima de quem fez e está fazendo o que já nos cansamos de assistir. Não adianta perder tempo sonhando com gestos altruístas em nome do Brasil; não adianta contar com bom senso, amor à pátria ou ao povo, gestos de tolerância, de união nacional, etc. Para quem está a serviço da “causa maior” do avanço da esquerda, nada disso importa. Quando é que nossa ingenuidade vai acabar em relação a essas boas intenções?
No entanto, ela pode sim vir a renunciar, mas nunca por grandeza. Vejo duas hipóteses para isso.  Uma delas é que seus “companheiros”  entendam – e consigam convencê-la de – que é melhor para a “causa” deixar o poder antecipadamente. Ou seja, seria um recuo, uma jogada estratégica para recuperar o poder no futuro e continuar o avanço da “causa”. Pessoalmente, acho essa hipótese muito remota: é mais ou menos claro que deixar o poder será para o PT antecipar seu declínio irreversível.

A segunda via é que as elites políticas e econômicas deste país se convençam que sua saída é melhor, e topem bancar o esforço e o custo de “convencê-la” a renunciar. Não posso precisar que métodos adotariam, mas a “elite” parece ser esperta o suficiente para achar tais meios. Além do mais, se a elite não for capaz de “convencê-la”, essa mesma elite teria outros meios de tirá-la do poder.
Assim, aqui vai uma sugestão para todos nós. O que temos  de fazer é simplesmente o seguinte: convencer as “elites” que é melhor que tomem o lado das ruas e promovam a destituição da presidente.
Este é o jogo. Não é um jogo para dizer qualquer coisa ao governo; isso não adianta mais. Abandonemos essa ilusão. O jogo é convencer a elite a cooperar com o povo.  E falando de jogos, especialmente de jogos repetidos, como é o caso aqui, há um ensinamento básico que aprendemos em Teoria de Jogos. O melhor jeito de conseguir a cooperação de outro jogador é puni-lo quando não coopera. No caso, basta ver quem está se colocando na frente do que o povo quer; e tratar de lhe “punir” como for possível (dentro da legalidade!). Será que preciso ser mais claro? Espero que não.

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