terça-feira, 18 de agosto de 2015
Caio Blinder- Je Suis Moro
Que vexame! Praticamente desde o inicio desta coluna, eu recorro a bordões de solidariedade às vítimas de mazelas ou aos lutadores de causas decentes. No começo era o Somos Todos e mais recentemente tem sido o Je Suis (que emplacou no mundo com o atentado terrorista contra o jornal francês Charlie Hebdo). E qual é o meu vexame? Nunca expressei solidariedade ao juiz Sérgio Moro.
Eu finalmente pago a dívida graças ao cadeira cativa da coluna, o jornalista Juan Arias, do diário espanhol El País. Ele escreveu texto justamente com o título Je Suis Moro, ressaltando que, entre as novidades dos protestos de domingo no Brasil, o mais significativo foi que os brasileiros encontraram um novo herói. Lula que já foi ídolo de tanta gente, agora é o velhaco, o boneco inflável vestido de presidiário.
Moro, como escreve Arias, é o “Homem-Aranha que está expondo as vísceras da corrupção política e empresarial na Operação Lava Jato. Arias arrisca que a mudança de herói “talvez tenha sido mais significativa do que o grito de Fora Dilma, que ressoou por todas as ruas e praças ocupadas pelos manifestantes”.
Bem, eu me limito a dizer que o Fora Dilma e a mudança de herói fazem parte de um pacote de indignação e de busca de alguma esperança para o país. Juan Arias, um excelente texto, tem um parágrafo lapidar e eu aproveito para uma novidade gráfica na coluna, que já teve novidades nesta área desde segunda-feira.
Eu vou colorir: A novidade é que, pela primeira vez, a grande aposta da sociedade brasileira é a da luta contra a corrupção, contradizendo os que ainda defendiam que o Brasil se acomodava a ela, já que era algo característico da idiossincrasia deste país, refletida no famoso jeitinho brasileiro.
Na sua seriedade, o juiz Moro tem um jeitão bem diferente do boneco inflado Lula, que em tempos mais heróicos era carismático, efusivo e exuberante.
Como escreve Arias, o Homem-Aranha Moro “ainda tem ainda muitas teias de aranha para arrancar, o que faz Brasília tremer”.
PS- Para a consultoria de risco Eurasia, também cadeira cativa na coluna, as investigações da Operação Lava Jato, e não os protestos, deverão conduzir a crise política brasileira.
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