Chorando, não porque estivesse voltando ao Brasil. A esta contingência já me acostumei. Concluí que no Brasil dá para viver, principalmente se se pode fugir do país uma ou duas vezes por ano.
Chorava porque estava abandonando Madri, esta cidade onde vivi dias lindos. Estava em uma tasca, as madrilenhas dançavam, havia um cheiro bom de assados no ar, tudo era música e cores. E dali a duas horas eu estaria embarcando rumo ao Sul. Eu iria embora e a festa continuaria. Chorei até o aeroporto. Soube mais tarde, através do relato de viajores, que esta reação não é lá muito original. Sao muitos os que choram ao deixar esta cidade.
Amanha, Toledo. Toledo é um teste físico para minha idade. Insisto em subir o rochedo a pé. Se ainda consigo, é porque ainda tenho fôlego para outras viagens. Em Toledo, tenho dois programas obrigatórios, uma visita ao Aurélio - onde me esperam cochinillos, corderos lechales y perdices toledanas - e uma outra visita à catedral. Como esta segunda visita ocorre sempre após um bom Rioja, a catedral assume uma estranha configuraçao. Há alguns anos, comovida com a beleza do templo, minha Baixinha adorada começou a chorar. Uma senhora achou que passava mal, quis auxiliá-la.
Nada disso. Era apenas a famosa síndrome de Stendhal.
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“Quando a fome é grande não tem jeito, precisamos apelar. Ontem peleei com um hipopótamo. Quase perdi o pelo.” (Leão Bob)
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