segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

ORDEM LIVRE- O garoto e o bully benevolente

por Roger Koopman
O garoto tinha dezoito centavos.
bully benevolente tinha $1,49.
O garoto foi à loja de doces da esquina e comprou duas guloseimas por dois centavos. Ele estava considerando seriamente comprar mais um tipo diferente de doce quando ouviu um garoto maior perto da fonte comprando uma limonada grande por 10 centavos. Ele largou o doce e correu para a mercearia da outra quadra.
“Eu posso fazer uma limonada melhor e vendê-la por 5 centavos”, o garoto pensou. Então ele se abasteceu de limões, açúcar e copos de papel, surrupiou algumas jarras e um espremedor de limões do sótão e uma pequena mesa e uma cadeira dobrável da garagem. Ele se posicionou na esquina com um cartaz que dizia: “Limonada Americana , 5 centavos”. Não era sofisticado, mas o garoto estava na parada.
Enquanto isso, o bully benevolente havia gastado o seu $1,49 (“emprestado” das crianças menores”) em doces, revistas em quadrinho e limonadas de 10 centavos. Ele gostava de dar coisas aos seus amigos favoritos. Ele se sentia popular — e importante. Isto é, até que o dinheiro acabava. Então ele tinha que pegar emprestado mais dinheiro das crianças menores, o que era um trabalho tedioso.
A limonada americana do garoto era um grande sucesso e logo ele havia expandido a sua linha para outras bebidas — todas por 5 centavos. Depois de descontadas as despesas, ele fazia 3 centavos por copo e, com 30 copos por dia, ele arrecadou mais de $25 líquidos no primeiro mês.
Foi então que o garoto teve uma ideia. Ele notou que, por alguma razão, as crianças pequenas da cidade nunca tinham dinheiro. Então ele propôs que eles montassem bancas da Limonada Americana na suas vizinhanças e dividissem o lucro metade-metade. Em poucas semanas, o garoto tinha oito bancas em lugares estratégicos por toda a cidade. Os seus gerentes locais estavam ganhando fenomenais $10-$15 por mês e o garoto estava ficando rico (para os padrões de uma criança), o que permitiu que ele abrisse ainda mais bancas, e contratasse três ajudantes para manter em funcionamento suas próprias operações e manter as outras bancas com estoque suficiente. Ele constantemente melhorava seus produtos, e as pessoas da cidade continuavam comprando as suas bebidas. A vida era boa.
O sucesso do garoto não passou despercebido pelo bully benevolente que, cheio de indignação e um senso de justiça social afiado, insistia que ele e seus companheiros mereciam a sua parcela justa. O argumento foi mais ou menos o seguinte: o garoto tinha muito dinheiro, enquanto outros, merecedores, não tinha nenhum. Para que a economia fosse estimulada, os excessos de ganhos do garoto deveriam ser redistribuídos entre crianças merecedoras na forma de benefícios, para que gastassem em doces e revistas em quadrinhos.
A ideia do bully benevolente se mostrou popular entre as massas mais pobres (muitos entre as quais tinham esquecido que fora o próprio bully quem os empobreceu). Logo o garoto estava sendo forçado a pagar pesados “impostos de estímulo” para que a economia pudesse crescer (o que ele, ingenuamente, pensava já estar fazendo acontecer). Então ele parou de abrir novas bancas. Ao mesmo tempo, os gerentes locais do garoto ouviam que a sua Limonada Americana era, na verdade, não americana, porque eles estavam ganhando e juntando muito dinheiro. Eles, também, eram forçados a contribuir com o programa de estímulo do bully benevolente, com um imposto de 50% sobre os seus ganhos desonestos.
Dentro de pouco tempo, todos os amigos do bully benevolente podiam ser vistos carregando doces pela cidade. Mas parecia que não havia tantas bancas de limonada como antes, e as pessoas passaram a reclamar que as bebidas estavam com gosto aguado. O bully agiu imediatamente, sentindo que o garoto capitalista corrompido tinha comprometido o seu produto para recuperar os lucros perdidos. Ele formou o Conselho de Controle de Qualidade da Limonada, forçando o garoto a usar apenas ingredientes premium, aprovados pelo conselho e “verdes”. Ele cobrou impostos do garoto, o entregou para as autoridades por operar sem uma licença e ao Conselho de Saúde por não ter uma cozinha certificada pelo governo.
Para lucrar, o garoto agora teve que aumentar o preço da sua limonada para 10 centavos por copo. As pessoas logo pararam de comprar as suas bebidas e antes do fim do verão a Limonada Americana estava fora de funcionamento. Coincidentemente, o mercado de doces e revistas em quadrinhos entrou em baixa ao mesmo tempo. O bully benevolente lembrou as pessoas como a situação estaria ruim se não fosse pelo plano de estímulo econômico. As pessoas estavam gratas.
Logo, o bully havia lançado o Plano de Recuperação das Bancas de Limonada (PRBL), pago pelos impostos tirados do garoto e seus antigos gerentes. Ele montou bancas pela cidade, operadas pelos seus amigos e subsidiadas pelo PRBL, até que o dinheiro acabou. Nenhuma das bancas gerou lucro (a limonada era cara e ordinária), mas pelo menos o bully benevolente pôde estimular a economia temporariamente, enquanto tirava de funcionamento os magnatas ladrões como o garoto (com a sua limonada de 5 centavos).
Muitos anos mais tarde, o garoto se tornou um empreendedor de sucesso e criou uma companhia que empregava dez mil pessoas na manufatura de bens de consumo. A recessão econômica , causada pelos gastos, empréstimos e regulações do governo, forçou a companhia a dispensar três quartos da sua força de trabalho.
bully benevolente se tornou um senador dos Estados Unidos. Ele está trabalhando no problema diariamente, diligentemente gastando e redistribuindo riqueza para estimular a economia.
Vamos nos servir um copo da limonada não governamental e aprender as lições de liberdade.

* Publicado originalmente em The Freeman.

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