terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Instituto Liberal-Dilma, o nome disso é estelionato

Dilma, o nome disso é estelionato

José Arthur Sedrez*
Presidente Dilma Rousseff
Dizer que o Partido dos Trabalhadores cometeu estelionato, além de uma redundância ululante, não é somente acrescentar mais uma acusação à sua mui extensa ficha criminal, mas uma constatação bastante óbvia quando relembramos os discursos de campanha da presidente Dilma Rousseff. Muitos agora se estarrecem – para usar o termo da moda -, protestam, dizem-se enganados. Os petistas, de verdade, parecem preferir o silêncio a enfrentar a ingrata tarefa de defender o indefensável.
Mentir em campanha é um hábito do PT. Se considerarmos a política que costuma ser defendida por essa agremiação, isso nem sempre é ruim, apenas desonesto: Quem se lembra de um consternado Lula em 2002, criticando o Banco Central sob a gestão de Fernando Henrique, insistindo que José Serra seria o favorito dos banqueiros e milionários? Lula venceu as eleições, nomeou um banqueiro para a presidência do Banco Central e manteve seus diretores (depois os substituiu para outros piores, é verdade). Ato contínuo, Lula foi elogiado pela comunidade financeira internacional e ungido pela imprensa como um realista e responsável Lula. Sou da opinião de que isso não diminui seu estelionato eleitoral.
Dilma Rousseff, no entanto, conseguiu a proeza de fazer com que Luiz Inácio parecesse um ladrão de galinhas comparado a Ronald Biggs. Às vésperas do pleito, valia-se do poder presidencial de discursar entre o Jornal Nacional e a novela, para nos brindar com notícias que hoje descobrimos só serem verdades no mundo da fantasia em que a petista se enclausurou: A gasolina ficaria mais barata, haveria redução de impostos e das taxas de juros, haveria redução da conta de energia elétrica, estaria ampliando investimentos na educação e, claro, não estaríamos sob o risco de racionamento de energia elétrica. Ah, sim! A inflação estaria contida e o nosso PIB cresceria vigorosamente.
Era tudo mentira. E o pior: Dilma sabia. Bastou a candidata vencer nas urnas para que anunciasse, sem muito embaraço, que pagaríamos mais pela gasolina e energia elétrica, que nossas taxas de juros e nossos impostos seriam elevados e, claro, cortaria investimentos em saúde e educação. Nem preciso mencionar que aquele país que não sofria riscos de apagão foi o mesmo que neste mês viu-se obrigado a jantar a luz de velas. Não foi nada romântico.
A questão ganha contornos de crueldade se nos lembrarmos dos slogans que o marqueteiro redigiu para a candidata: “Não cortaremos os direitos trabalhistas nem que a vaca tussa!”, eles diziam. “Eles semeiam inflação para colher juros!”, ela insistia. Dilma parecia estar lendo o script que deveria ter sido dado a seu opositor. Ao que tudo indica, estagflação será um termo que deveremos nos acostumar em ver nas manchetes das próximas edições dos periódicos.
Se Dilma acertou ao reduzir a mão do Estado em certos segmentos, parece bastante evidente que acertou errando. Não retirou a destrambelhada ação governamental para emprestar-lhe eficiência, mas tão somente como quem joga a toalha no meio de uma luta de boxe, confessando sua completa incompetência em vencer a luta que equivocadamente aceitara ingressar.
Com todo esse teatro, esse jogo de propagandas e de discursos vindos de um mundo fantasioso, os petistas apenas reiteram que não possuem nenhuma consideração ao maior dos compromissos que o Estado de Direito impõe a uma democracia: O respeito aos contratos. O que dizer aos usuários do FIES, por exemplo, que caíram na fábula de João Santana de que o programa seria ampliado e que, agora, ouviram a cigarra lhes dar a triste notícia de que as verbas serão rescindidas e muitos dos atuais beneficiários verão seu crédito rescindido? Se lhe falta uma sentença, não me farei de rogado: Dilma, o nome disso é estelionato.
*Coordenador do Projeto MUDA

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