segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Caio Blinder- Os tentáculos Irã/Hezbollah, da Argentina à Síria

Algumas horas no domingo separam dois casos de uma trama cinematográfica: o promotor argentino Alberto Nisman foi encontrado morto em seu apartamento em Buenos Aires horas depois da morte de gente da conexão Hezbollah/Irã em um ataque israelense no lado sírio das colinas de Golã.
Nisman investigava o atentado contra o centro comunitário judaico de Buenos Aires em 1994 e denunciava a suposta obstrução de justiça pelo governo de Cristina Kirchner. Ele iria apresentar as denúncias nesta segunda-feira no Congresso contra a presidente Kirchner e seu ministro das Relações Exteriores Héctor Timerman, acusados por ele na quarta-feira passada de acobertar o Irã por seu suposto envolvimento no atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amai), que deixou 85 mortos e 300 feridos.
Nisman colhera evidências ao longo de dez anos sobre o envolvimento, entre outros, de Imad Mughniyeh, um dos fundadores do Hezbollah e seu ex-chefe militar e de operações terroristas, que rotineiramente planejava este tipo de atrocidade. Ele foi assassinado em Damasco em 2008 com a detonação de um carro-bomba no local onde passava a pé.
Agora foi a vez do seu filho Jihad morrer na Síria no ataque israelense, assim como o general iraniano Mohammad Ali Allahdad que coordenava a ajuda do seu país aos milicianos do Hezbollah que assistem o regime de Bashar Assad na guerra civil síria.
Detalhes sobre os tentáculos e conexões terroristas da milícia libanesa Hezbollah e do Irã nas investigações do promotor argentino, que fulminam inclusive o líder supremo, o aiatolá Khamenei, estão neste texto de David Horovitz, o jornalista anglo-israelense que conhecia Nisman. O texto tem o título “Quem Vai Obter Justiça para Alberto Nisman?”
Numa conversa telefônica que tiveram em 2013, o promotor argentino disse que “Teerã tinha estabelecido redes terroristas para o longo prazo estratégico para serem usadas sempre que precisasse delas”, alertando que estas redes montadas em vários países da América do Sul nas décadas de 80 e 90 ainda estão nos seus devidos lugares.

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