quarta-feira, 10 de setembro de 2014
Miniconto- Pulga Shipa
Shipa, a pulga, há muitos anos inquilina do cão de apartamento do Pepe, tediosa há tempos, resolveu deixá-lo e seguir seu caminho pelas ruas do Rio de Janeiro. O mundo era o seu limite. Desceu saltitante pelas escadas do edifício, inspirou para encarar o mundo. Na padaria do seu Romeu subiu pelas coxonas de Jucimara e acabou dando num matagal. Pulou e dali foi para Copacabana. Na praia pulou em nádegas reluzentes, porém escorregou no bronzeador e se encheu de areia. Pulou nas pernas do guarda de trânsito e subiu para o lado das cuecas. Putz! Foi ao Cristo Redentor e vislumbrou o quanto o Rio é belo. Já cansada de tanto pular, pegou carona com um pardal que passava por perto. Mas Shipa não teve sorte. Antes de chegar ao Maracanã houve um tiroteio entre traficantes e policiais, infelizmente ela foi atingida por uma bala perdida. Morreu na hora. Puro azar para quem sobreviveu a tantos venenos e esmagaduras.
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“Quando a fome é grande não tem jeito, precisamos apelar. Ontem peleei com um hipopótamo. Quase perdi o pelo.” (Leão Bob)
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