quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Caio Blinder- Curtas & Finas (Brasil & Indonésia)

Leitores devem matutar sobre a falta de critérios do Instituto Blinder & Blainder. Coluna de quarta-feira foi sobre o Zimbábue, em um lance masoquista (com o argumento de consolação: não reclame tanto do seu país, há paragens em situação ainda mais desgraçada). Agora, é esta investida na Indonésia. Qual é, muitos podem perguntar? Puxa vida, somente neste ano é a terceira coluna sobre o país. Quem se importa? A resposta está na coluna anterior  sobre o país asiático, quando o presidente Joki Widodo, conhecido como Jokowi, tomou posse em outubro: O título: Cresça, Brasil seja uma Indonésia!
Houve uma época em que o Brasil seguia a Doutrina Mantega: atenção, ressentidos e invejosos, o Brasil superou a Grã-Bretanha no ranking global, tornando-se a sexta economia (o auê aconteceu no final de 2011). Sabemos que até a minha querida The Economist ficou deslumbrada com o foguete Brasil. E, veja, isto foi no final de 2009, dois anos antes dos arroubos da Doutrina Mantega.
Vamos cair na real, nas águas profundas da realidade. Nossos padrões de comparação devem ser, digamos, com uma Indonésia. Os problemas daquele arquipélago asiático com 17 mil ilhas são imensos. O presidente Jokowi não pertence às elites tradicionais, que continuam entrincheiradas para impedir reformas que ele pretende adotar neste país que é a terceira democracia do mundo (depois da Índia e dos EUA) e tem a maior população muçulmana. O Parlamento permanece firmemente nas mãos de uma coalizão liderada pelo ex-general Prabowo Subianto, derrotado por Jokowi nas eleições de julho.
Esta semana, Jokowi deu uma entrevista ao Wall Street Journal, uma publicação conservadora e cética. A reportagem destaca que o presidente aposta em um agressivo programa de reformas econômicas para atrair capital estrangeiro em larga escala, algo vital para que a Indonésia decole como outros países asiáticos (Economistplease, sem capa com a Indonésia decolando).
No mês passado, logo após a posse, Jokowi conseguiu a aprovação de um controvertido aumento dos preços dos subsidiados combustíveis, alocando bilhões de dólares de recursos para projetos de infraestrutura. O plano agora é chacoalhar a estatal de energia elétrica, que tem o monopólio de distribuição na nação-arquipélago. A ideia é um remanejamento total ou parcial da diretoria da estatal (e a Petrobrás, dona Dilma?).
O governo Jokowi é ambicioso. Promete uma taxa de crescimento de 7% em 2016, em comparação aos atuais 5% (que inveja), tornando a Indonésia o maior exportador pesqueiro do mundo e reduzindo os custos logísticos em 20% nos próximos cinco anos.
De tempos em tempos, o Instituto Blinder & Blainder vai dar uma vistoriada na Indonésia, para consolar ou desconsolar o Brasil.
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