segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Os brancos opressores

O discurso de vitimização dos “progressistas” coloca nos brancos a pecha de opressor, pois isso rende votos. Mas não tantos votos quanto o próprio “branco opressor” conquista.
Falo dos votos em branco mesmo, uma espécie de demonstração de indiferença para com as eleições. Somados aos votos nulos, o protesto tem sido cada vez maior em nosso país, que ainda tem de forma absurda a obrigatoriedade do voto.
Para presidente, por exemplo, Luciana Genro, ícone dessa narrativa de vitimização das “minorias”, conseguiu 1,6 milhão de votos, não muito mais do que Pastor Everaldo e Levi Fidelix juntos (1,2 milhão de votos), representantes da postura diametralmente oposta a da candidata do PSOL. Mas quem deu lavada nos três foi mesmo o branco, com 4,42 milhões de votos!
No total, tivemos 11,1 milhões de votos brancos ou nulos, e mais 27,7 milhões de abstenções, totalizando quase 40 milhões de eleitores indiferentes ao resultado das urnas. É um espanto! É praticamente a mesma quantidade de votos que a presidente Dilma teve, com todo o uso da máquina estatal e a compra de votos disfarçada de assistencialismo.
No Rio foi parecido: brancos e nulos tiveram 1,7 milhão de votos, o que significaria um segundo lugar na disputa, com mais votos do que Marcelo Crivella, o segundo colocado. É o grito do branco opressor ou, no caso, oprimido, por ser obrigado a votar mesmo contra sua vontade.
Isso deveria ser o ponto de partida para um debate sério sobre a obrigatoriedade do voto em nosso país, uma excrescência de nossa democracia. Nenhum país desenvolvido obriga seus cidadãos a votar. Espera-se que o cidadão tenha imbuído o “dever cívico”, mas não se deve obrigá-lo a votar. Quem não se interessa, deve ser livre para simplesmente ficar alheio às eleições. O voto é um direito, não um dever.
Rodrigo Constantino

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