Milhares de estudantes de Hong Kong iniciaram nesta segunda-feira uma semana de boicote às aulas como forma de protesto para exigir da China ampliação da democracia, noticia a rede britânica BBC. A manifestação conta com o apoio de diversos setores da sociedade de Hong Kong e expõe a inabilidade do Partido Comunista chinês em lidar com esta nova geração de jovens, mais contestadores e organizados.
Com fitas amarelas, milhares de estudantes de mais de vinte universidades e faculdades se concentraram no câmpus da Universidade Chinesa de Hong Kong, onde foram estenderam faixas que diziam: “O boicote tem de acontecer. Desobedeçam e agarrem o seu destino". Alguns dos líderes estudantis usavam camisetas pretas com as palavras "democracia agora". O protesto é pacífico e muitos dos estudantes permanecem sentados nos gramados do câmpus, segurando cartazes.
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"Exigimos que o governo responda ao nosso chamado de endosso de candidatos civis", disse Alex Chow, líder da Federação de Estudantes de Hong Kong, um dos organizadores do boicote, e que também pediu que Hong Kong "rejeite as falsas eleições". Professores universitários de Hong Kong manifestaram apoio ao boicote e alguns se ofereceram para gravar palestras e publicá-las on-line para os alunos que faltarem às aulas.
"Enquanto o espírito da democracia permanecer vivo, não podemos e não seremos derrotados", disse Chan Kin-man, co-fundador do movimento Occupy Central que ameaçou bloquear o coração do centro financeiro asiático para exigir completa democracia. A ex-colônia britânica voltou ao domínio da China em 1997, com um alto grau de autonomia, mas o governo chinês, no mês passado, rejeitou as exigências de as pessoas escolherem livremente o próximo líder da cidade. A decisão unilateral revoltou os cidadãos de Hong Kong que passaram a se manifestar.
Uma coalizão de movimentos pró-democracia, liderada pelo grupo Occupy Central, organiza uma campanha desde então para denunciar o que muitos cidadãos do território consideram um controle cada vez maior de Pequim sobre as questões locais. Mesmo sem muitas esperanças de sucesso, os militantes, estudantes, funcionários públicos, sindicalistas, parlamentares e cidadãos anônimos, prometeram uma "era de desobediência civil" para tentar influenciar a posição da China. De acordo com uma pesquisa recente, mais de 20% dos moradores de Hong Kong estariam dispostos a emigrar, enquanto aumenta o pessimismo sobre a independência política da ex-colônia britânica.
(Com agências Reuters e France-Presse)
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