segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A destruição das nossas estatais: Dilma acha que é apenas “factoide” eleitoral



Presidente Dilma, não satisfeita em quebrar sua lojinha, agora quer quebrar o Brasil todo?
O PT está conseguindo destruir as principais estatais brasileiras, além de ter criado novas empresas que custarão caro aos pagadores de impostos. Os casos mais evidentes de destruição são Petrobras e Eletrobras, mas o Banco do Brasil e a Caixa guardam um potencial rombo que poderá emergir em forma de inadimplência maior à frente, principalmente se o taxa de desemprego aumentar – o que é provável com essa estagnação econômica.
Além de ambas as maiores estatais serem usadas como política eleitoreira e instrumentos da “contabilidade criativa” do governo, uma acaba acumulando dívidas enormes com a outra. A Petrobras Distribuidora (BR) já possui mais de R$ 7 bilhões em créditos diretos com a Eletrobras, segundo o diretor financeiro Almir Barbassa.
Essas dívidas se devem ao fornecimento de combustível pela BR para a geração de energia na Região Norte por usinas térmicas operadas por distribuidoras da Eletrobras. Barbassa explicou que os R$ 7 bilhões são a dívida neste momento. A BR chegou a suspender o fornecimento por alguns dias, demandando pagamento à vista, mas voltou atrás e passou a acumular saldo a receber em sua conta corrente.
As negociações entre a Petrobras e a Eletrobras continuam em andamento. A Eletrobras está esperando receber um empréstimo de R$ 6,5 bilhões do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal para pagar R$ 850 milhões do total da dívida. Ou seja, o governo quer usar outras duas estatais importantes para fechar o rombo da Eletrobras que, por sua vez, serviria para reduzir o rombo da Petrobras. Entendeu?
É um efeito dominó, um verdadeiro stike, como no boliche. O governo usa os recursos da Caixa, empresa bastante alavancada e com uma carteira de empréstimos que se expandiu em velocidade incrível por critérios políticos, para pagar o rombo do setor elétrico, causado pelo intervencionismo estatal. Com isso, pretende tapar parte do buraco da Petrobras, credora da Eletrobras. O mutuário da casa própria está pagando a fatura, enquanto estiver empregado…
Já mostrei aqui que a própria Petrobras é, hoje, uma das empresas mais endividadas do mundo, e os credores já são “donos” da empresa em proporção maior do que os próprios acionistas. Toda a estrutura de empresas estatais sob o governo Dilma corre o risco de ruir, vir abaixo. Mas a presidente Dilma acusou a oposição de criar “factoides políticos”, de explorar a reputação da maior empresa do país para fins eleitorais. É justamente o contrário!
Os fins eleitorais do PT, somado à incompetência e ao autoritarismo arrogante da presidente, é que colocaram as estatais nessa situação calamitosa. A oposição tem a obrigação de trazer isso à tona, pois o debate sobre o futuro dessas estatais é essencial nas eleições. O eleitor precisa entender melhor o que está em jogo aqui, precisa saber que essas estatais enfrentam grandes desafios criados pelo próprio governo petista. Mas a cara de pau de Dilma chega ao extremo quando ela diz:
Se tem uma coisa que tem que se preservar, porque tem que ter sentido de Estado, sentido de nação e sentido de país, é não misturar eleição com a maior empresa de petróleo do país. Não é correto, não mostra qualquer maturidade. Acho fundamental que na eleição, nesse processo que estamos, haja a maior discussão. Agora, utilizar qualquer factoide político para comprometer uma grande empresa e sua direção é muito perigoso.
Imaturidade é transformar a maior empresa do Brasil, patrimônio de todos, em um braço partidário para fim eleitoral, sem falar de fonte inesgotável de escândalos de desvios e corrupção. Sentido de nação tem quem não brinca de deus com um setor tão fundamental como o elétrico, desorganizando todo o seu funcionamento e gerando um rombo de dezenas de bilhões. O que não é correto é o que Dilma vem fazendo com a nossa economia.
Em sua coluna de hoje na Folha, Elena Landau tentou afastar de si o pessimismo com toda essa situação, mas confessou não ser capaz disso. Ela, que entende bem do setor elétrico, faz um resumo só com aquilo que é público e notório: reservatórios em nível extremamente perigoso, “tarifaço” que já é realidade, contratos de comercialização de eletricidade suspensos por conta do grau de judicialização atual, e um desequilíbrio financeiro jamais visto, que pode chegar na casa dos R$ 100 bilhões.
Como ser otimista assim? Vou além: como ser otimista quando lembramos que Dilma quebrou, em sua única experiência como gestora, uma lojinha de produtos baratos? Como alguém em sã consciência achou que ela seria capaz de administrar a economia do Brasil, as estatais, tudo de cima para baixo, com uma arrogância típica de quem acha que entende do assunto e pode dar conta do recado sozinha?
Nossas estatais correm sério perigo, assim como a economia toda. E Dilma ainda vem falar de “factoide político”? Não, presidente. Não são “factoides”, mas fatos da dura realidade, que insistem em esfregar na cara de todos o enorme estrago de sua assustadora incompetência como gestora. Salvem as estatais! Salvem o Brasil!
Rodrigo Constantino

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