terça-feira, 1 de julho de 2014

VIDA EM CUBA

E o Google chegou a Havana !

by H. Sisley
Google
YOANI SÁNCHEZ, La Habana | 28/06/2014
Você já tentou explicar o Google a quem não o conhece? Isso aconteceu comigo, faz uns dias, com uma vizinha de apenas dez anos que perguntou: O que é um buscador? Não quis bancar a tecnológica e não falei nada sobre o algoritmo utilizado para organizar a informação, não lhe falei das “aranhas” que lançam na rede para conferir os sítios e muito menos da corrida por se posicionar em suas listas que obceca a tantos. Ao invés disso lhe respondi com uma referência que pudesse entender: “Google é como o espelho mágico dos contos infantis. Podes lhe perguntar o que quiser e ele te devolverá milhares de respostas possíveis”.
À noite Google bateu na nossa porta. Não é uma metáfora, o buscador veio nos buscar. Ali estavam vários representantes do mais popular dos buscadores, somando-se a nossas vidas e ao nosso trabalho. Ante eles não tínhamos que executar as formalidades apropriadas nos textos, as “keywords” e o rígido pagerank. Estes eram humanos, davam abraços fortes, riam e exploraram a casa, bisbilhotando nossos inventos tecnológicos e nosso cachorro pelado. Jared Cohen,Brett Perlmutter e Dan Keyserlig se animaram a subir até o décimo - quarto andar e compartilhar conosco uma redação jornalística carente de Internet, porém com um forte compromisso com a realidade cubana de hoje.
Perguntei se haviam se conectado a web de algum lugar público. “Lento, muito lento”... Explicaram. Depois nos pusemos a falar do futuro, seu compromisso com os internautas cubanos e o alívio de saber que estão conscientes das dificuldades informativas que atravessamos na Ilha. Antes havia conversado com Eric Schmidt e compreendi que alguma coisa da agudeza dos seus olhos e da precisão das suas palavras já se pode adivinhar na sagacidade simples da página Google.
Foi uma noite tecnológica sem tecnologia. Ninguém puxou um celular para examinar a web - não é possível em Cuba – ninguém pensou em mostrar o último doodle, nem nos dizer com números a envergadura da empresa em que trabalham. Tivemos a grande sorte de estar em frente ao espelho mágico, porém não lhe fizemos perguntas nem queríamos respostas, só lhes descrevemos quem somos e para onde vamos.
Tradução por Humberto Sisley

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