sexta-feira, 20 de junho de 2014

Um século da Primeira Guerra Mundial

A revista Veja está de parabéns pela grande reportagem – de quase 50 páginas – sobre a Primeira Guerra Mundial. Seu time de jornalistas de primeira entrou em campo e dissecou este sombrio acontecimento, que ceifou a vida de milhões de pessoas no começo do século XX, um século em si sombrio ao extremo.
Erros diplomáticos, crença ingênua no progresso, vaidade, complexo de inferioridade, anarquistas em busca da destruição niilista, tudo contribuiu com sua parcela de responsabilidade para que a situação saísse do controle e a geopolítica mundial fosse totalmente modificada após o assassinato do arquiduque Ferdinando na Sérvia.
Vale ler o ensaio na íntegra, pois cada jornalista destacou um ponto de vista distinto do fenômeno. Aqui, gostaria apenas de chamar a atenção para algo que é bastante atual ainda, e que tem despertado boas reflexões neste ateu que vos escreve, mas que talvez por isso mesmo rechaça com veemência o ateísmo militante que vem tomando conta do mundo:
Primeira Guerra
Como dizia Chesterton, o problema não é não acreditar em Deus, e sim passar a acreditar em qualquer coisa. Vivemos, creio eu, uma época de vácuo de valores sólidos ou mesmo transcendentais, o que coloca no hedonismo excessivamente individualista um foco demasiado, ou então deixa o caminho aberto para seitas “religiosas” um tanto estranhas e anti-humanas, como a seita verde dos ecoterroristas.
O comunismo soube explorar as desgraças da Guerra a seu favor, pois como disse Roberto Campos: “Os comunistas sempre souberam chacoalhar as árvores para apanhar no chão os frutos. O que não sabem é plantá-las…” Lênin usou a situação de calamidade para dar seu golpe revolucionário.
Hoje, o comunismo não tem mais tanta força. Mas não está morto, como alguns querem crer – ou querem que os outros acreditem. Mudou de embalagem, mas sua mensagem anticapitalista, anti-comércio, anti-indivíduo continua bem viva.
Há algumas lições que podem ser tiradas da análise histórica da Primeira Grande Guerra, e que ainda são atuais. Em todo caso, fica registrado o alerta: crer em um progresso contínuo e racional, que tornaria as guerras obsoletas e improváveis, não passa de uma ingênua e romântica utopia de quem não compreendeu muito bem a natureza humana.
Rodrigo Constantino

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