sábado, 1 de julho de 2017

DONA MAYSA

Chico Melancia ouviu falar que Dona Maysa tinha mãos mágicas, curava enfermidades, inclusive psicológicas. A consulta era trinta reais, uma pechincha para quem sofria, pois diziam pelas ruas que era cura na certa. Chico não tinha problemas de saúde, e os familiares estranharam quando ele pediu à irmã que obtivesse uma vaga para ele. No dia e hora aprazado o cliente entrou na sala da quase santa e foi direto com ela: “Dona Maysa, paguei a consulta, porém não tenho nada, meu problema é dinheiro”.  Então sacou do bolso um volante da mega e pediu para ela marcar os seis números.

PRECOCIDADE

Precocidade é isso. O menino de dez anos chegou da escola, jogou a mochila no sofá e disse aos pais: Tenho um segredo para contar! Os pais olhando um para o outro: Conte-nos! Então disse: sou casado, e faz um bom tempo. Os pais não deram importância e tudo ficou por isso. No dia seguinte ele chegou da escola trazendo a mulher e dois filhos.

PAULINHO, O ENJOADO

Morador da Vila Zulu, Paulinho chega  da escola e pede uma laranja. A mãe:
-Não temos laranja!
-Mamão?
-Não temos!
-Presunto tem?
-Não!
-Mortadela?
-Também não!
-Pão?
-Não!
-Arroz?
-Não!
-Salame?
-Não!
-Bolachas?
-Não!
-Pão seco?
-Neca!
-Não temos nada para comer nesta casa?
-Temos sim! Você é que é enjoado! No forno temos lagosta ao molho branco, bobó de camarão e costeletas de carneiro ao molho de tomate. Na fruteira há tâmaras, damascos, abricós e um pouco de chokecherry. Na despensa há Caviar Almas e outros. Por favor, largue mão de enjoamentos!

O PORCO DO MATO

O porco do mato conseguiu fugir dos caçadores não sem antes levar um tiro. Em disparada fuga foi perdendo sangue até cair enfraquecido numa clareira. Os urubus começaram o reconhecimento de preparação para o almoço. O porquinho olhava para o céu e na mente antecipava seu final melancólico. Mas prometera para seu pai que lutaria até o fim em qualquer circunstância e foi o que fez.  Na porta do último suspiro engoliu uma boa dose de estricnina e partiu da vida, não sem antes dar um pequeno sorriso carregado de sarcasmo.

“Presente inútil é dar para um acabado como eu o livro Kama Sutra. Só serve mesmo para  fazer volume na estante. “ (Climério)

“Não sou um bom ouvinte. Não consigo desabafar nem comigo mesmo.” (Climério)     

“Hoje eu tive certeza: só me ama mesmo quem não me conhece.” (Climério)
“As religiões se sustentam na mentira. Se pararem de mentir elas desaparecerão.” (Climério)
“Quando criança tive tantos pesadelos com o demônio que com o passar do tempo se ele aparecia o fazia brincar com o próprio rabo.” (Climério)

“Fui o primeiro menino excomungado da minha comunidade. Colei na porta da igreja uma foto do Papa com a legenda ‘O Pinóquio de Batina’.” (Climério)

“Não consegui fazer a Primeira Comunhão. Tirei zero na aula de catecismo.” (Climério)

NÃO SE META

A ponte, o rio veloz lá embaixo, a névoa e o desejo de saltar. O homem salta, bate n’água, um barco que passava salva o suicida. O homem balança a cabeça, xinga o pescador que o salvara, fica fora de si ,queria morrer. O pescador não se faz de rogado; sacou do revólver e o matou com dois tiros. Pegou quinze anos por matar um suicida.

SEU TUPI

Seu Tupi era um cão muito fino que diariamente levava seu homem chamado Lúcio para passear. Muito belo o homem, de roupinha colorida, coleira de prata e tudo mais. Porém senhor Tupi nunca levava o kit cocô e o seu homem de estimação era pródigo em defecar nos gramados e calçadas. Faz alguns meses seu Tupi andava só por uma dessas calçadas de sua rua quando resvalou num cocô, bateu a cabeça e morreu. Que lástima! Lúcio triste e com sentimento de culpa entrou em depressão. Deixou de comer e até de mostrar a língua. No momento o pobre Lúcio mora num Homil para homens loucos.

LÁ NOS CONFINS -2

Casinha de sapê nos confins.
-Toc!Toc!
-Quem bate?
-Dias Toffoli.
-Valha-me Deus! Antes fosse a morte!

LÁ NOS CONFINS

Casinha de sapê nos confins.
-Toc!Toc!
-Quem bate?
-Lula!
-Quê!!!- Como é que tu ainda não tá preso LADRÃO?

PLUTÃO

Há milhões de anos havia vida em Plutão. Não era o paraíso, mas melhorava a cada dia. Isso até chegar por lá um  tal de Zé Dirceu. ..

APRESENTAÇÃO

O auditório estava lotado de homens de semblantes sérios, todos elegantemente vestidos, nenhum sem paletó e gravata. Bach deslizava pelas paredes e fazia sorrir àqueles corações que amavam a boa música.  O ar que se respirava no ambiente era o odor das boas virtudes, a paz interior que somente homens sem débito com Deus podem realmente expressar. Silêncio total quando Madame Junot subiu ao palco para mostrar a tão seleta e educada plateia as novas moçoilas do seu bordel de luxo.