sábado, 26 de janeiro de 2019


O DEFUNTO INDIGNADO

Morreu D. Inácio Gomes. Velório grande na comunidade. Coroas de flores de lotar estádio de futebol. Mas acontece que os Gomes não gostam dos Fagundes nem perto, nem longe, coisa centenária. Pois não é que até os Fagundes vieram prestar condolências ao falecido? Diante de tal afronta o defunto pulou do caixão e de dedo em riste disse: “Se é para ser velado até pelos Fagundes, eu não morro mais! ”- E dito isso saiu porta afora esbravejando contra tudo e todos.



DISTRAÍDO

Belo domingo de sol, os amigos Paulo e Anselmo foram passear de balão. Paulo sempre ligado e Anselmo mui distraído. Quando o instrutor mandou aliviar o peso Anselmo prontamente se jogou do balão. Paulo sofreu um infarto e o instrutor um AVC. Anselmo caiu sobre um monte de feno, saiu ileso, e no dia seguinte foi ao enterro dos dois de paletó e gravata, só de cueca, usando carpins vermelhas e sapato de bico fino.





SOPA DE LETRINHAS

Nestor, sujeito mala politicamente correto foi tomar uma sopa de letrinhas. Blábláblá interminável. Perdigotos atiravam-se solenes sobre a mesa.    Até que as letrinhas não suportaram o papo e as ideias do babão e revoltadas formaram dentro do prato uma corriqueira expressão nacional: “ Calado! Vá tomar nas pregas! ”



PUTA QUE PARIU

Ontem à tarde estava eu numa estrada poeirenta no interior de Arapiraca, sujo e irritado com o calor, encostado num poste aguardando pelo ônibus quando pousou na estrada um objeto voador e dele saiu um ser estranho que perguntou se eu queria ir para algum lugar específico que eles me dariam carona. Respondi que desejava ir para a casa do diabo lá na puta que pariu. Então ele me respondeu que ir à Venezuela estava fora do itinerário. Foi embora e sumiu entre as nuvens.




CLÁUDIO PIMENTA

Cláudio Pimenta, filho de boa gente, quarentão, bancário, se alimentava e muito de aleivosias. A família e alguns amigos pediram que parasse. Sem dar ouvidos continuou. Não deu outra: após criar uma pequena barriga, numa manhã sem graça foi ao banheiro e trouxe ao mundo mais um petista.



PEDRO CABRAL


Pedro Cabral curtia sua vida no paraíso em contemplação e felizes dias de muito sol e céu azul. Curtia. Isso até o dia que chegou um brasileiro no seu setor e mostrou para ele um discurso de nossa presidente Dilma e depois um vídeo de Lula palestrando. Pedro Cabral chorou desesperado por dias seguidos, então pediu ao senhor todo poderoso que o mandasse para o inferno para todo sempre. Pelos cantos balbuciava- “não acredito que isso aconteceu, não acredito...”
Ficou no paraíso, mas nunca mais foi feliz. Até Deus ficou com pena.

MAIS 35 NA CÂMARA

O apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro ganhou reforço de 35 deputados. É o que garantiu o novo líder do PSD, André de Paula (PE): “Há uma grande disposição da bancada de ajudar o governo”, cravou.
CH

NÚMEROS DA APREENSÃO

A Vale tem 175 barragens no Brasil, segundo a Agência Nacional de Águas. São 175 razões para o País temer novos rompimentos, morte de pessoas, destruição do meio ambiente. E ninguém é preso.
CH

SERESTA PARA TRAGÉDIA

As cinco barragens da empresa Usinas Reunidas Seresta, que foi do falecido senador Teotônio Vilela, estão entre as 45 em que há grande risco de rompimento, segundo a Agencia Nacional de Águas.
CH

COLLOR COM BOLSONARO

Jair Bolsonaro recebeu ontem o senador Fernando Collor (Pros-AL), que foi relatar uma tragédia que ameaça 40 mil pessoas em Alagoas: longas e largas rachaduras mostram que o bairro do Pinheiro está afundando. A suspeita é que isso é provocado pela extração de sal-gema pela Braskem, braço químico, só podia ser, da Odebrecht.
CH

NENHUMA PRISÃO

Dos 22 indiciados pelo Ministério Público no caso de Mariana, 21 foram acusados de homicídio. Três anos depois, ninguém está preso.
CH

BRUMADINHO É PRODUTO DA IMPUNIDADE DE MARIANA

Esta por trás da tragédia de Brumadinho, com os ao menos 50 mortos, o rompimento da barragem de Mariana (MG) em 2015, maior crime ambiental de sempre, que matou 19 e destruiu a região do Rio Doce. Para tantos crimes, não há uma só prisão. A Samarco, de propriedade da Vale e da gigante anglo-australiana BHP, só sabe somar a ninharia de R$4 bilhões pagos em indenizações ou reparações. Saiu barato: estimam-se em mais de R$30 bilhões os prejuízos causados.
Cláudio Humberto

“O melhor de qualquer regime socialista acontece quando ele termina. Quem provou do veneno quando ele acaba faz festa. ” (Eriatlov)