terça-feira, 1 de setembro de 2015

Comunicado da RELIAL por investigação das suspeitas de fraude nas eleições de Tucumán, Argentina Por Vitor Delphim

Entre os dias 27 e 30 de agosto estive em Buenos Aires participando do encontro promovido pela RELIAL – Red Liberal para América Latina e Fundação Friedrich Naumann, “Realpolitik e a oportunidade de mudança na América Latina”, representando o Instituto Liberal.
O evento contou com partidos políticos e thinktanks de toda América Latina, comrepresentantes da Argentina, Costa Rica, Honduras, Nicarágua, México, Uruguai, além da gente do Brasil.
Entre diversos temas discutidos, o mais urgente, que afronta todos os princípios republicanos e de respeito ao voto e a liberdade de escolha da população são as suspeitas de fraudes nas eleições primárias na província de Tucumán, Argentina, que nos foi relatado pela Deputada do partido Unión por la Libertad, Patrícia Bullrich e que estão repercutindo diariamente há uma semana nas ruas de Tucumán.
As denúncias são inúmeras e vão desde distribuição de cestas de comida, compras de votos diretas, bingos com sorteios de carros, motos, eletroeletrônicos, distribuição de camisas de times, transferências de domicílio eleitoral de pessoas que não residem na província e que são levadas em ônibus, kombis e taxis custeados pelo partido Kirchnerista, até algumas que são ainda mais absurdas e que precisamos primeiramente conhecer um pouco mais o sistema eleitoral argentino, para compreendê-las.
As eleições na Argentina não são através de urnas eletrônicas como no Brasil, são feitas ainda em papel. Cada partido indica delegados por zonas eleitorais que ficam responsáveis por disponibilizarem cédulas dos seus candidatos nas seções eleitorais, não há uma cédula única disponibilizada pela Justiça Eleitoral como era feito no Brasil antigamente. Feito isso, quando se inicia o processo eleitoral, os eleitores entram numa sala reservada individualmente, pegam a cédula do seu candidato e a depositam nas urnas. Periodicamente, ao longo do dia de votação os delegados do partido tem acesso as salas de votação para colocarem mais cédulas de seus candidatos. Bom, ao menos deveria ser assim…
O que também é denunciado em Tucumán é que os delegados do partido Kirchnerista ao entrarem nas salas de votação para reporem as cédulas dos seus candidatos, roubavam, vejam bem, roubavam as cédulas do principal opositor e com isso os eleitores não encontravam as cédulas do seu candidato, impedindo a população de escolher livremente em quem queriam votar.
Somado a isso, ao fim da votação os correios argentino são responsáveis por fazer o transporte das cédulas das seções de votação até a junta eleitoral onde os votos são contados. Pasmem, há fortes denúncias de fraudes de roubo e desvio  que teriam sido realizados pelos correios nesse trajeto. Algumas reportagens da imprensa argentina sobre o tema podem ser vistas aqui, aqui e aqui.
Para repudiar veementemente qualquer possibilidade de fraude nas eleições de Tucumán e exigir que a Justiça Eleitoral e o Governo argentino investiguem as denúncias, nós integrantes da RELIAL, redigimos o comunicado que segue abaixo:
comunicado RELIAL sobre Tucumán

O Instituto Liberal esteve representado no Congresso da Relial por Vitor Delphim, segundo da esquerda para a direita.
O Instituto Liberal esteve representado no Congresso da Relial por Vitor Delphim, segundo da esquerda para a direita.

Vitor Delphim

Consultor e pensador político, formado em administração de empresas pela FGV e cursa MBA em Finanças pelo IBMEC. Desenvolveu sua carreira nos setores de óleo & gás e gestão de resíduos sólidos urbanos. Acredita que a liberdade dos indivíduos em todas suas dimensões é o principal meio para a evolução social.

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